domingo, 23 de novembro de 2008

Beibe só usa jeans, e tem uma cabeleira solar. Beibe não tem camisas de botão. Beibe é de esvoaçar um tudo quando chega. E Beibe é tão bonito que dá dor de barriga só de olhar. Beibe tem um quê de despretencioso, que quase irrita quem muita pressa tem. E Beibe é da paz, Beibe não esquenta com nada. Beibe vive de havainas e não se enxuga depois do banho. Beibe gosta de andar sem cuecas, com os balangandans bem à vontade, numa tarde qualquer. Beibe é todo portas e janelas abertas pra quem quiser entrar. Mas Beibe é na dele. Beibe não conta vantagem, não chora o leite derramado, nem vê esperança só no futuro. Beibe é tão de agora. Beibe me chama, Beibe me mexe inteira. Beibe de samba-canção numa manhã de domingo lendo o jornal é a coisa mais linda que já vi na vida. Beibe me olha, Beibe nunca me estranha. Beibe joga a cabeleira, Beibe me aprisiona no sofá. Beibe me mata de rir. Beibe é livre feito uma folha seca. Beibe é todo vento, todo prosa. Esses dias, Beibe me segurou a mão bem forte e me parou no meio da rua, com carros vindo em nossa direção, só pra me fazer perder o medo de atravessar. Beibe acaba comigo.

domingo, 2 de novembro de 2008

um dia eu vou olhar pra você sem pensar em nunca mais sem te dizer uma palavra e meu coração vai escorrer pelas pernas sem que eu sinta você vai me olhar e me verá despida de qualquer carga semântica e eu não sei o que será daí em diante mas não vou me perguntar não vou te perdoar não vou te culpar não vou me diminuir enquanto o coração desmancha feito um tecido podre sem te rasgar