domingo, 27 de outubro de 2013

amar é dois trabalhos: amar e desamar.

quinta-feira, 19 de setembro de 2013




sweet memories
of you and me
of when your bedroom was our world
of those endless lazy sunday mornings
of the soft touch of the sunlight coming between the curtains

discovering us

a new continent
a new island
a lake inside a cavern
-the nature of ourselves


~

the less words we need
the more things are said and known

and you know what is better than anything?
i still have you by my side

and it tastes like forever
-as sweet as the sweet memories


sábado, 24 de agosto de 2013

confessionária IV

Desde que te perdi, não sei desde quando passei a me tornar você. Ao me tornar o objeto do meu desejo, da minha crítica, do meu escárnio, não sou menos nem mais - apenas experimento ser a mim mesma em outra(s) versão(ões)/ ou ser a sua versão de si e não a minha/ ou a minha versão sobre você, mais esforçada em lhe compreender. Sou vidas inconciliáveis numa só, sem o conflito e a dor de antes. Tenho me resolvido assim: acumulando e reproduzindo o que não posso ter nem ser, e sendo.

terça-feira, 23 de julho de 2013

confessionária III

Estou sempre dividida, mas você me vê como alguém em pedaços. Não consigo ser de um lado só, porque vejo riqueza em tudo. Você vê fragmentação onde eu vejo multiplicidade. Então, não é porque você não consegue ver o mesmo, que eu vou aniquilar as minhas impressões do mundo. Você não é os meus sentidos, e a vida do mundo não depende do seu olhar. E é por isso também que eu te amo: você é uma outra visão das coisas - uma visão que me irrita, uma visão da qual eu discordo, mas a sua insistência nela me provoca alguma admiração. Ou talvez eu te ame porque não te entendo. Não te entendo mas te acato. Acato até mesmo sua incompreensão do mundo, essa visão que não consigo ter. E me enebrio com o pensamento de amar o que não sou, de amar quem não tem nada de mim, de amar o seu ímpeto indomável de julgar o mundo. De amar esse alheamento de mim que em nada me diz respeito. De amar a força com que você defende as piores opiniões - o preconceito, o radicalismo, a hipocrisia. De amar, talvez, no fundo, o meu inconformismo quanto a quem você é, aceitando, no fundo, e, mesmo, desejando: que você nunca seja quem eu quero que seja.