no vão do seio daquela mulher
há de brotar um galho
um tronco
um ninho
uma coisa que abrigue
o desamparo desse mundo
uma coisa que tenha
voz e silêncio
uma coisa que diga
-e que não é palavra-
que daquele vão de peito
há de brotar
o abraço do mundo
porque a margem
é a ponta do que se converte
é a vontade maior
de revolver em concha
o espiral ambíguo
da vida retorcida
da vida cambalhoteada
da vida que se recolhe
para se abrir
o vão do peito
é um lugar pequeno
onde cabe o mundo todo
das coisas desreunidas
dos seres de toda espécie