quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Quando atentei, já era outubro. Logo seria novembro, dezembro. Janeiro era a redenção, sempre foi um mês cor-de-luz, em que as coisas eram plenas e eu era mais feliz. Portanto, logo viria janeiro. Mas para isso, eu teria de passar por estes dias, por este absurdo. Eu teria que atravessar a rua outras tantas vezes e não te encontrar do outro lado, teria que varrer o quintal, que encerar os móveis, que escrever mais dois artigos para o congresso. Eu teria que enfrentar tanta coisa até que janeiro chegasse, que um dia pedi pro meu Deusinho que me anestesiasse de todo o tempo que não fosse o tempo de janeiro. Eu rezava pra que doença nenhuma me tomasse o janeiro, que era a única coisa que eu tinha. E se a partir de agora eu contava os dias, assim, tão dedicada, era que eu desejava que passassem, sem máculas, apenas vultuosas distorções. Que passassem, os dias, eu rezava.

Um comentário:

Anônimo disse...

aaa estou sempre esperando a hora em que as dores mais agudas e as tormentas mais incessantes irão se dissipar.. desta vez espero que seja em fevereiro, pois diante de tão esperado frio nada poderá resistir...