sábado, 9 de agosto de 2008

a escultura perecível de nossos corpos errantes, enquanto tu me erravas no dentro de mim e eu me derramava em avessos pelos quadris, pelos peitos, pelos pelos, num fluxo incessante de arrependimentos, noites sem depois, ausências que se sucediam, dores que se precipitavam, esperas e ardências, a nossa incomunicabilidade, o esforço para estabelecer um fluxo que fosse, algo sem impedimentos, tardes e mais tardes, eu do teu lado, tu deserto, devolvendo-me à beira, ao que eu pertencia, ao que me pertencia, ao não pertencimento de coisa alguma, décadas sem mémoria nos teus olhos, tua não revelação, nosso imenso desencontro, eu errante, ao te buscar pelo avesso, pelos quadris, pelos pelos, no teu dentro imenso desencontro

4 comentários:

- disse...

hermético sempre.

Pablo disse...

Sempre, bossa_velha; sempre.

Beijo, Samia Mounzer.

Carol disse...

hermético? acho tão exposto, explícito, vulnerável, ardente e delicado...

quero um lindo autógrafo quando lançares o seu livro.

Pablo disse...

Vulnerável, ardente e delicado eu concordo. Exposto e explícito, mas nem f******!

Agora, o livro eu também vou querer.