sábado, 4 de outubro de 2014

quem sou eu
em branco
à noite

ou então coçando a dobra dos peitos suados
andando encurvada pela casa
sentindo pontada no estômago
com a cabeça desfarelada

a confusão do mundo
leva e traz as pessoas
engana
dilacera
desencontra
atropela

tem é que se buscar um espaço
não de ordem
mas de trégua

uma brecha
uma centelha
um desatino
uma quimera

tem que se guardar na memória
alguns instantes de luz
que vão iluminar o caminho, depois

todo desejo de felicidade
é a lembrança de alguma felicidade

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