sábado, 16 de fevereiro de 2008

e quando mais me dóis, silencio, deixo as palavras guardadas nos bolsos, nas gavetas, no esôfago. não digo essa dor, porque não sei dizê-la, porque não sei expor, ou porque talvez tudo já tenha sido dito. apenas silencio, deixo que me doas.


(e não é à toa que doer é verbo defectivo)

2 comentários:

Carol disse...

deixa o silêncio gritar e gemer em sua vacuidade, em uma profusão de pensamentos inócuos, em agonia insípida e impalpável.

sairá então o canto suave.

Arthur Protasio disse...

Talvez isso não costume ser dito, mas é através do próprio que silêncio que a sua dor se manifesta. A dor contida, a dor retida sendo cultivada...um doce sofrimento que as vezes deveria ser simplesmente vomitado.