"Eis aqui
bicicleta, planta, céu,
bicicleta, planta, céu,
estante cama e eu
logo estará
tudo no seu lugar"
eu não quero o teu olhar voltado para mim, eu quero poder te observar sem interferências, te assistir enquanto assistes ao jornal, ou enquanto escreves tuas contas.
tu não sabes o que é estar nos braços de um homem, percorrer o corpo de um homem como quem deseja chegar ao outro lado. ao outro lado de quê? aonde? talvez ao outro lado do tempo-espaço, onde as coisas não são como são,
me transpor do colapso do corpo ao estupor do despensamento. é como saber teu endereço. um oceano nu, minhas pernas sem sol, teu rosto viril. o momento vai ficando antigo, vejo nossos filhos em super8 na piscina da mansão dos salles, as viagens internacionais e as tardes em shoping centers.
penso no metrô domingo à noite, na solidão dessas coisas, da cidade, do centro da cidade numa tarde de domingo e é tudo tão desamparado e eu não posso ser mãe das coisas, que coisa não tem parentesco nem umbigo onde eu possa enfiar um cano e dizer que pari. eu quero que a minha escrita não considere a ti nem tua temática remanescente, para ser fluida. eu quero que a minha escrita não revele nem diga o que eu quero tanto dizer e o que eu quero que não saibas.
não vou mencionar o amor de ontem e vou cuidar para que. não sei.
quando teu olhar mais grave me acena o homem que és, eu não sei o que em teu olhar te esconde ou te revela. e eu não gosto que sorrias quando me olhas em silêncio, porque não sei a mensagem que teu sorriso leva ou trai. enquanto me olhas no silêncio, eu no mesmo silêncio peço que não nos vejamos novamente, que não me queiras nos próximos dias, que abandonemos a frequência dos encontros. peço porque a cada vez que nos vemos eu te vejo mais bonito, me acomodo melhor nos teus ombros, e começo a não saber dizer.
me transpor do colapso do corpo ao estupor do despensamento. é como saber teu endereço. um oceano nu, minhas pernas sem sol, teu rosto viril. o momento vai ficando antigo, vejo nossos filhos em super8 na piscina da mansão dos salles, as viagens internacionais e as tardes em shoping centers.
penso no metrô domingo à noite, na solidão dessas coisas, da cidade, do centro da cidade numa tarde de domingo e é tudo tão desamparado e eu não posso ser mãe das coisas, que coisa não tem parentesco nem umbigo onde eu possa enfiar um cano e dizer que pari. eu quero que a minha escrita não considere a ti nem tua temática remanescente, para ser fluida. eu quero que a minha escrita não revele nem diga o que eu quero tanto dizer e o que eu quero que não saibas.
não vou mencionar o amor de ontem e vou cuidar para que. não sei.
quando teu olhar mais grave me acena o homem que és, eu não sei o que em teu olhar te esconde ou te revela. e eu não gosto que sorrias quando me olhas em silêncio, porque não sei a mensagem que teu sorriso leva ou trai. enquanto me olhas no silêncio, eu no mesmo silêncio peço que não nos vejamos novamente, que não me queiras nos próximos dias, que abandonemos a frequência dos encontros. peço porque a cada vez que nos vemos eu te vejo mais bonito, me acomodo melhor nos teus ombros, e começo a não saber dizer.
Um comentário:
Lindo, muito lindo, meu orgulho. Destaque para as últimas frases!
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