sábado, 22 de novembro de 2014

a memória
às vezes
é uma praia esquecida
com um farol
que vira e mexe vira e ilumina
um mar de escuridão

quanto mais necessário o farol
(nas noites sem lua)
mais perigosa sua luz

quanto mais negra a memória
quanto mais abandonada
mais susto se leva
à descoberta da luz
como se nus
fôssemos pegos em flagrante
e tudo o que é
proibido
acobertado
e degradante
fosse
de repente
inevitável

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