terça-feira, 17 de julho de 2007

evocou a memória das horas para afastar-se a tempo do esquecimento (o esquecimento é um sítio onde já não se contam as horas, o que é algo próximo à morte delas). definitivamente, Mariana não queria despir-se daquela dor. a dor que era a herança de Marcelo vivo. Mariana insistia para si que aquele não era um vestígio despropositado de sua existência, mas uma sobrevida ao que outrora fora - um prolongamento de seu corpo em abstracto. Marcelo agora tomava novas dimensões, distintas daquelas que o pensamento de Mariana concebia. Marcelo deixara de ser homem para ser dor, a dor que Mariana mantinha viva a duras penas. a dor que a dor de Mariana não deixava morrer.

Um comentário:

Renata disse...

apaixonada que era pelo próprio amar :}