quarta-feira, 21 de maio de 2008

do orgânico do ser I

A fome é o que nos faz primitivos. Não os instintos, o medo, a violência. Mas a fome inadiável. Maria alimentava-os, não se sabia se com pena ou desdém, se para mantê-los ou fazê-los apenas silenciar. Não se sabia se Maria saciava-lhes a necessidade primeira por compaixão ou mera conduta. O que Maria via naquelas bocas disformes, suplicantes, o que Maria sentia quando neles se assentava a fartura mendicante. As sobras do outro dia, os restos dos que virão. Ser ou deixar de ser não nos livra a ninguém.

3 comentários:

Carol disse...

eu fico de mau humor qd to com fome.

mas não liga, estou bebada. amanhã lhe escrevo algo mais poético, comme d'habitude.

Luiz Vieira disse...

ai, carol!
que horror!

Carol disse...

samia, samia, trabalha menos e escreve mais, estou com saudades dos seus escritos!

e luiz, não é horror, são os instintos mais primários do ser humano. é nossa condição carnal. (uau)