A fome é o que nos faz primitivos. Não os instintos, o medo, a violência. Mas a fome inadiável. Maria alimentava-os, não se sabia se com pena ou desdém, se para mantê-los ou fazê-los apenas silenciar. Não se sabia se Maria saciava-lhes a necessidade primeira por compaixão ou mera conduta. O que Maria via naquelas bocas disformes, suplicantes, o que Maria sentia quando neles se assentava a fartura mendicante. As sobras do outro dia, os restos dos que virão. Ser ou deixar de ser não nos livra a ninguém.
3 comentários:
eu fico de mau humor qd to com fome.
mas não liga, estou bebada. amanhã lhe escrevo algo mais poético, comme d'habitude.
ai, carol!
que horror!
samia, samia, trabalha menos e escreve mais, estou com saudades dos seus escritos!
e luiz, não é horror, são os instintos mais primários do ser humano. é nossa condição carnal. (uau)
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